editorial
atas notariais
direito do consumidor
biografias
plágios
plágios
plágios
plágios
spam
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
E O PLÁGIO UNIVERSITÁRIO


(Edição nº 003, de 1º de novembro de 2010.)

No dia 15 de outubro de 2010 na secção de notícia do website do Conselho Federal da OAB aparecia a seguinte notícia: PLENO DA OAB DISCUTIRÁ MEDIDAS CONTRA PLÁGIO DE MONOGRAFIAS VIA INTERNET.

Na referida proposta, de autoria da OAB/CE, é recomendado “às autoridades e instituições de ensino superior do país que tomem providências necessárias para combater a cópia ilegal e plágio de monografias nas universidades, sobretudo via internet. Conforme a proposta em análise, para se contrapor a essas práticas nocivas à qualidade do ensino, é importante lançar mão de ferramentas como programas de computador para buscas de textos copiados da internet e políticas de controle do uso de obras de terceiros nos trabalhos acadêmicos”.

Todavia, antes de se preocupar com plágios universitários, parece-me mais prudente que a OAB faça a sua lição de casa e depois chame a atenção dos advogados plagiadores (que furtam de artigos a petições).

Hoje, enquanto vadiava com meus pensamentos, deparei-me com uma notícia publicada no website da OAB/RS, em 11 de agosto de 2010, que levava o seguinte título: EMPRESA AÉREA INDENIZARÁ CLIENTE. A íntegra de seu texto:
      A AEROLÍNEAS ARGENTINAS TERÁ QUE INDENIZAR POR DANOS MORAIS EM R$ 5 MIL UM PASSAGEIRO QUE PERDEU PARTE DE SEU PACOTE TURÍSTICO DE CINCO DIAS, EM BUENOS AIRES, POR CAUSA DE PROBLEMAS TÉCNICOS EM UMA DAS AERONAVES DA EMPRESA. ASSUSTADO, O CLIENTE SE NEGOU A SEGUIR VIAGEM PELA COMPANHIA AÉREA. A DECISÃO É DA 3ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO TJRJ.

      MEIA HORA APÓS A DECOLAGEM, O AVIÃO ENTROU EM PANE E COMEÇOU O SUPLÍCIO: O AR CONDICIONADO PAROU, AS LUZES SE APAGARAM E UM CHEIRO DE FUMAÇA INVADIU O AMBIENTE. PASSAGEIROS E TRIPULANTES SE DESESPERARAM. O AVIÃO, ENTÃO, RETORNOU AO AEROPORTO INTERNACIONAL TOM JOBIM. O AUTOR DA AÇÃO SOMENTE CONSEGUIU RETOMAR A VIAGEM 24 HORAS DEPOIS.

      NA SENTENÇA, A JUÍZA LUCIANA GOMES DE PAIVA, TITULAR DO 23º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, DISSE QUE O DANO MORAL FICOU COMPROVADO “DIANTE DO MANIFESTO DESGASTE DECORRENTE DA LONGA ESPERA, SOMADO AO TEMOR AO TER QUE SUPORTAR O VOO EM SITUAÇÃO DE RISCO”. A CONDENAÇÃO FOI MANTIDA PELA 3ª TURMA RECURSAL POR UNANIMIDADE. (PROC. 0082285-33.2009/0001)

      (cf. in http://www.jornaldaordem.com.br/noticia_ler.php?id=18748)
      Dois dias antes, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro colocara em seu website um clipping assim nominado: MANTIDA DECISÃO QUE OBRIGA AEROLÍNEAS ARGENTINAS A INDENIZAR PASSAGEIRO. O teor de seu texto:-
          A 3ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO RIO MANTEVE A CONDENAÇÃO DA AEROLÍNEAS ARGENTINAS PARA INDENIZAR, A TÍTULO DE DANOS MORAIS, EM R$ 5 MIL RODRIGO CORREA NASCIMENTO COELHO, QUE PERDEU PARTE DE SEU PACOTE TURÍSTICO DE CINCO DIAS, EM BUENOS AIRES, POR CAUSA DE PROBLEMAS TÉCNICOS EM UMA DAS AERONAVES DA EMPRESA. ASSUSTADO, RODRIGO SE NEGOU A SEGUIR VIAGEM PELA COMPANHIA AÉREA.

          MEIA HORA APÓS A DECOLAGEM, O AVIÃO ENTROU EM PANE E COMEÇOU O SUPLÍCIO: O AR CONDICIONADO PAROU, AS LUZES SE APAGARAM E UM CHEIRO DE FUMAÇA INVADIU O AMBIENTE. PASSAGEIROS E TRIPULANTES SE DESESPERARAM. O AVIÃO, ENTÃO, RETORNOU AO AEROPORTO INTERNACIONAL TOM JOBIM
          . RODRIGO CORREA SOMENTE CONSEGUIU RETOMAR A VIAGEM 24 HORAS DEPOIS.

          NA SENTENÇA, A JUÍZA LUCIANA GOMES DE PAIVA, TITULAR DO
          23º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, DISSE QUE O DANO MORAL FICOU COMPROVADO “DIANTE DA MANIFESTO DESGASTE DECORRENTE DA LONGA ESPERA, SOMADO AO TEMOR AO TER QUE SUPORTAR O VOO EM SITUAÇÃO DE RISCO”. A CONDENAÇÃO FOI MANTIDA POR DECISÃO UNÂNIME DA 3ª TURMA RECURSAL.

          (cf in http://srv85.tjrj.jus.br/publicador/exibirnoticia.do?acao=exibirnoticia&ultimasNoticias=20219&classeNoticia=2)
          O fundo acinzentado compreende o texto copiado pela assessoria de imprensa da OAB/RS. Note que há nítida intenção da reescritura do clipping, o que se ressalta pela omissão do nome do passageiro, a Vara onde correu o feito e o fato da decisão ter sido unânime. Qual seja, não só é cópia como é cópia porca, eis que incompleta.

          Talvez o re-redator da cópia alegue adaptação, eis que citou a fonte – que é meia verdade (e sendo meia verdade só pode ser mentira). No entanto há apenas uma vaga referência a TJRS, sem qualquer link, sequer para o Tribunal. É a plenitude da vaguidão. É como citar uma idéia de um filósofo e citar como fonte a filosofia.

          Julgo nobre o combate ao plágio em todos os seus matizes. A prova eloquente do que assevero é o que é discutido aqui em direito&internet. Entrementes... ¿não seria melhor se punir os tubarões e assim mostrar às sardinhas os riscos que elas correm?


          ¡Saudações!



          AMARO MORAES E SILVA NETO