editorial
atas notariais
direito do consumidor
biografias
plágios
plágios
por autores
por executantes
por título
plágios
spam
Direito & Internet
página principal
Divulgação
página principal
Divulgação
página principal
Divulgação
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Direito & Internet
página principal
Divulgação
página principal
Divulgação
página principal
HE’S SO FINE X MY SWEET LORD
(Amaro Moraes e Silva Neto)

(Edição nº 001, de 1º de outubro de 2010.)

Segundo George Harrison, em 1969, durante uma tournè (com Delaney, Bonnie & Friends por Köpenhagen), na Dinamarca, ele teria concebido os primeiros acordes de MY SWEET LORD.

Posteriormente, em Londres, em 1970, concluiu seu futuro maior sucesso solo musical (e ele não o sabia), o qual foi entregue a Billy Preston (1946/2006)1. Para a sorte de Harrison, sua música gravada pelo cantor e tecladista com tendências gospels não fez sucesso até que ele próprio a lançasse.

O ponto crucial da questão é que a música de MY SWEET LORD (não a sua letra) fora composta em meados dos anos anos ’60 do Século desencarnado por Ronnie Mack e lançada em março de 1963 pelo grupo américo-nortista The Chiffons. ¿Nome da canção original?: HE’S SO FINE.

Em 1971 a Bright Tunes Music Corp. adquiriu os direitos autorais de HE’S SO FINE e, na sequência, o caso foi levado aos Tribunais.

Em 07 de setembro de 1976, foi reconhecido que MY SWEET LORD era um inquestionável plágio (se bem que inconsciente, ou criptomnético 2e, por esta razão, o ex-Beatle foi condenado ao pagamento de uma indenização de US$ 587,000.00, majorados em mais US$ 270,000.00, em 1990.

Ao gravar seu álbum Thirty Three & 1/3 (lançado em novembro de 1976), Harrison incluiu uma canção chamada THIS SONG , onde ele ironiza o julgamento de MY SWEET LORD. Ela foi composta circa de uma semana ao depois do julgamento de seu mais famoso plágio.

Em 20 de novembro de 1976, no programa humorístico Saturday Night Live, George apresentou um debochado vídeo sobre o seu julgamento, o qual tem, como pano de fundo, uma Corte.

Quando do lançamento de ALL THINGS MUST PASS, em 1971, Allen Klein, era empresário de George Harrison3.

Mesmo assim George o contratou, sem a menor idéia do que adviria.

No início dos anos ’80 do morto Século XX, Klein voltou ao showbiz e, através de sua empresa ABKO Music, comprou a Bright Tunes, que era a detentora dos direitos de HE’S SO FINE.. E a questão do plágio voltou à tona.

      EM 26 DE FEVEREIRO DE 1981, QUANDO GEORGE HARRISON PAGOU A INDENIZAÇÃO DE 587 MIL DÓLARES DA CONDENAÇÃO POR PLÁGIO CONTRA MY SWEET LORD, QUEM RECEBEU A GRANA – IRONICAMENTE OU NÃO – FOI ALLEN KLEIN! E, DETALHE, NÃO HAVIA MAIS NADA QUE GEORGE PUDESSE FAZER, JÁ QUE LEGALMENTE A BRIGHT TUNES HAVIA SIDO ADQUIRIDA PELA ABKCO. HÁ MAIS: O CASO TEVE MUITAS IDAS E VINDAS ATÉ NOVEMBRO DE 1990, QUANDO FINALMENTE FOI ENCERRADO PELO JUIZ DA CORTE FEDERAL AMERICANA, RICHARD OWEN. ELE DEFINIU QUE GEORGE HARRISON FICARIA COM OS DIREITOS AUTORAIS DE MY SWEET LORD ASSEGURADOS PARA EXECUÇÃO E VENDAGEM NOS EUAN, REINO UNIDO E CANADÁ. ALLEN KLEIN PERMANECERIA COM OS DIREITOS DE HE'S SO FINE E SEM PODER DE INTERVENÇÃO CONTRA GEORGE HARRISON NOS PAÍSES CITADOS.

      DECIDIU FINALMENTE QUE HARRISON TERIA DE PAGAR ROYALTIES À ABKCO DO SENHOR ALLEN KLEIN NO VALOR DE 270.020 DÓLARES, COMO INDENIZAÇÃO SIMBÓLICA PELAS EXECUÇÕES DE MY SWEET LORD AO LONGO DO PROCESSO POR PLÁGIO, FORA DO REINO UNIDO, EUAN E CANADÁ. AMBAS AS PARTES ACEITARAM O VEREDICTO E O ASSUNTO ENCERROU-SE COM PERDA FINANCEIRA DE 857.000 MIL DÓLARES PARA GEORGE HARRISON, NO TOTAL.

      (vide link anterior - ou clique aqui).


Em histórica entrevista concedida à revista Playboy, em 1980, ano de seu assassinato, John Lennon comentou este incômodo. Transcrevo:-

      PLAYBOY * ¿COMO VOCÊ SE SENTE EM RELAÇÃO AO PROCESSO PERDIDO POR GEORGE, NO QUAL SE RECONHECE QUE MY SWEET LORD É UMA RELES CÓPIA DO SUCESSO HE'S SO FINE, DO GRUPO THE SHIRELLES?

      LENNON * BEM… ELE CONHECIA A TRILHA NA QUAL SE ENVEREDAVA. ELE SABIA O QUE ESTAVA FAZENDO.

      PLAYBOY * ¿VOCÊ ESTÁ AFIRMANDO QUE ELE PLAGIOU ESTA CANÇÃO CONSCIENTEMENTE?

      LENNON * ELE SABIA, COMO VOCÊ SABE. ELE NÃO É BURRO. MAS TUDO ISTO É IRRELEVANTE, PRESENTEMENTE. APENAS A QUESTÃO MONETÁRIA É QUE ESTÁ EM EVIDÊNCIA. ELE PODERIA TER TROCADO UM PAR DE ACORDES NESTA CANÇÃO E NINGUÉM SE ATREVERIA A MOLESTÁ-LO. PORÉM ELE DEIXOU AS COISAS SEGUIREM E PAGOU O SEU PREÇO. TALVEZ ELE PENSASSE QUE DEUS FOSSE INTERFERIR POR ELE.

O importante, ao finalizar minhas breves e açodadas considerações, é consignar que George se mostrou, aparentemente, arrependido deste plágio, tanto que, em 15 de fevereiro de 2001, regravou MY SWEET LORD, sob o selo da Capitol américo-nortista, onde retirou os acordes plagiados.

Foi o seu último disco.

Redimiu-se.


¡Saudações!


AMARO MORAES E SILVA NETO




01 Billy Preston atuou, como tecladista e vocal, em bandas como Beatles, Rolling Stones, Sly & the Family Stone, Jet, Jackson 5 e Red Hot Chili Peppers, além atuar com de astros como George Harrison, John Lennon, Ringo Starr, Eric Clapton, Sammy Davis Jr., Aretha Franklin, Quincy Jones, Bob Dylan e vai…

02 Criptomnésia é o termo técnico para o ato de plagiar inconscientemente.

03 No final deste triplo álbum de LPs existem agradecimentos de George a ele, Klein, o que, a princípio, não era uma boa escolha, vez que Klein houvera sido empresário dos Beatles (e, pouco depois, processado por eles) e ter passado um bom tempo na prisão por sonegação fiscal além de outras delongas judiciais